quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Ventríloquo


Lembrei-me de partilha convosco um vídeo que me fez rir até cair para o lado.



Lembro-me agora que quando era miúdo, numa certa fase, dizia que queria ser ilusionista. Mais, numa outra fase dizia que queria ser médico de manhã e professor à tarde. Até era um miúdo com umas ideias engraçadas. Mas nunca pensei em ser ventríloquo. Até porque.. onde se estuda? Quais são as habilitações necessárias? Este assunto tem vindo a tomar forma na minha cabeça. Mas parece que os ventríloquos estão em vias de extinção.. nunca mais vi nenhum! E os sapateiros também... Porque é que o governo insiste em dar portáteis aos miúdos da primária e ciclo (sobre este assunto poderia dizer que não é assim que o aluno olhar de outra forma para o professor, até porque se em casa pode jogar à vontade no PC ou Playstation, para quê ir à escola onde não pode fazer isso no PC que o espera lá?? Até quando manterão os alunos interessados no novo brinquedo? Porque, se eu naquela idade tivesse um portátil, é óbvio que seria mais um brinquedo... mas pronto, cabe ao professor inverter essa ideia...mais uma tarefa ingrata para o professor) se depois, se todos seguirem vida académica e se se tornarem médicos, professores e engenheiros (sim, as profissões que interessam :p ), ninguém fará as outras tarefas... Isto faz-me confusão. Talvez um dia aconteça uma inversão no ensino: já temos licenciados que cheguem, não os podemos mandar todos para fora de Portugal, então, escola fechada, todos a aprender como desentupir o sifão da casa de banho!

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Utensílios de Cozinha e Férias Incertas

Descobri! Descobri a solução para a maior dúvida de culinária que tinha (sim, almost flawless) que era como descascar uma cenoura sem me cortar! E tudo graças os meus caros amigos Paula e Jorge. Apresentaram-me ao maravilhoso... descascador do IKEA!!! Na imagem pode parecer uma lámina de barbear mas NÃO! É muito mais do que isso. Nem tem lámina... apenas um arranjo de metal fino que ao escorregar pela cenoura abaixo, a pele salta. Maravilhoso. Agora já pouco mais 2 min em cada cenoura, que ao fim de 10 cenouras são 20 minutos (pera aí, desde quando é que eu corto 10 cenouras??!!). De notar que o IKEA não me paga. Mas para descascar batatas já não é lá grande coisa...lá tenho eu que ter os pensos rápidos à mão. Depois fui procurar na net coisas sobre utensílios de cozinha e... Meu Deus! Que mundo! Um conselho: não entrem por aí. A probabilidade de se ficar agarrado é elevada.

Vou de férias. Daqui a 2 semanas. Ainda não sei para onde. Ocorreram-me 367 ideias mas restam apenas algumas, na minha singela selecção:

  • Praga e Viena (caro)
  • Roma (caro)
  • Londres e Edimburgo e talvez Dublin (ainda mais caro)
  • Espanha (é grande eu sei...)
  • Brasil (caro)
  • Istambul (humm...)
  • Croácia (não sei se em Outubro é a melhor altura)
  • Açores (pois... tem o defeito de ter muitas ilhas o que torna a escolha difícil)
  • Madeira (o problema é que tem lá o Jardim...)
  • Qualquer ilhas nas Caraíbas (com tantas tempestades e eu vou-me lá meter??)
  • Gerês (no estilo vá para fora cá dentro)
  • Luanda (ups, ainda não é destino turístico e pelos vistos já não volto lá em trabalho este ano)
Agora... tenho 2 semanas para escolher onde estarei 2 semanas. Tique, taque, tique, taque..

Uma foto da vista da minha casa para a ponte 25 de Abril. Uma nota: o enquadramento do cabo da esfregona está excelente! Foi só para experimentar a minha nova maquineta de fotos.


Será que consegui escrever o post mais estranho da net? :) Mas é mesmo para isto que o blog serve! Fogo, já estamos quase no final do ano e ainda ontem foi Natal...

Nos próximos blogs vou contar mais uma aventura em Luanda... ou então vou colocar umas coisas das minhas anteriores viagens, já que naquela altura não tinha blog.


sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Passeio

Poucos dias depois de ter vindo de Angola, na minha semana de férias, onde pude finalmente dormir bem, tive que ir pôr a minha mala de viagem a reparar nos Anjos, perto da Av. Almirante Reis. Isto de ir pôr a mala na reparação tem também uma história engraçada, vinda, novamente de Angola.

Estava eu muito sossegadito perto da "mega" passadeira de recolha de bagagem no aeroporto de Luanda, à espera da minha amada mala, quando (Iuuupi!!) ela finalmente chegou. E até foi, inesperadamente, rápido (o mesmo não aconteceu aos meus colegas). Na tarefa rotineira de verificar se estava tudo nos conformes com a mala, reparei que algo estava errado "Olha, partiram-me o fecho da mala!", "Olha, os fechos estão num sítio diferente daquele onde está o cadeado."Pois, e foi mesmo, alguém forçou o sistema do cadeado da mala, que está incluso na mala, onde se via mesmo as marcas de uma chave de fendas, e os fechos éclair, que ficam no cadeado, estavam noutro sítio. Portanto, abriram-me a mala...mas não me levaram nada. Depois, ui, é preciso ir reclamar a um sítio no aeroporto, depois com toda a calma do mundo, disseram que não podia reclamar ali porque dava muito trabalho, que é preciso preencher muita papelada,, etc, etc para me dirigir à TAP. Lá fui, onde, depois de muita vistoria ("ONDE está a dúvida que isto foi arrombado??") lá me passaram um documento onde refere que estive lá a reclamar e para me repararem a mala em Lisboa quando regressasse. É óbvio que quando cheguei a Lisboa que disseram que o documento não é oficial. E eu tudo bem! Lá me disseram para ir a uma loja de malas que tem acordo com a TAP para que fosse reparada (se fosse mais barata, eles davam-me o dinheiro...), o que até me convém porque gosto muito da mala. Já sofreu muito mas ainda não chegou a hora dela. E foi isto que me levou aos Anjos. Depois, numa de dar uma volta, fui pela Av. Almirante Reis abaixo a pé e apercebi-me que nunca tinha reparado na decadência desta avenida: ruas imundas (rivaliza com Luanda, cheiros horríveis (rivaliza com Luanda), pessoas com muito mau aspecto (rivaliza com Luanda) e o sentimento de segurança que se tem enquanto se caminha é muito baixo (rivaliza com Luanda). Incrível! E isto aumenta quanto mais perto estamos do Martin Moniz... Ah, e aí até fui abordado por uma moçoila (de muitas) da vida airada... até de dia!

Ah, já agora, enquanto estive em Luanda não consegui acompanhar como desejaria os jogos olímpicos (sim, aquele maravilhoso hotel, o mais caro de Luanda, não tem um canal de desporto de jeito...) mas vi a euforia dos media quando puderam dar uma boa notícia aos portugueses. Agora, porque é que os já inúmeros sucessos dos portugueses nos jogos paralímpicos não fazem manchete nos jornais? Nem abrem o Telejornal? Mas eu compreendo... até a chegada do Cristiano Ronaldo à Madeira é mais importante, eu percebo.

Ah (2º já agora), uma das grandes dúvidas dos homens neste link.

sábado, 6 de setembro de 2008

Um Regresso Atribulado

Faz hoje uma semana que regressei a Portugal mas ainda estão na minha memória algumas das peripécias da viagem de regresso. Uma delas é um retrato fiel de como um país africano funciona, pelo menos Angola. Não faz sentido um aeroporto encerrar pelo simples facto de o seu presidente também ter um voo à mesma hora que outros.



Cheguei cedo ao aeroporto, pela simples razão de ser o fim-de-semana anterior às eleições. Apercebi-me que a fila para entregar a bagagem, com o check-in feito pela net, estava mais lento que a fila para o check-in feito no aeroporto. Como era isto possível? Ah, pois é, não tinham sistema e então tinha que ser à mão. Ok, acontece. Ao fim de uma hora (e era só para despachar as malas) lá chego ao balcão. Depois chegam as 9 horas, altura de o avião partir (!) e ainda nem tinhamos sequer embarcado. Depois apercebo-me da carrada de militares presidenciais (fardados e à paisana, alguns com metralhadores maiores que eu) que estavam distribuidos ao longo da pista e perto dos aviões comerciais. Havia também uma passadeira vermelha que se estendia desde um local onde mais tarde estacionou um carro e um jacto privado.

Ou seja, o presidente ia voar, para Malange, segundo constava, e portanto, fazia todo o sentido fechar o aeroporto, nenhum avião descolava ou aterrava. E pronto, lá estivemos 4 horas à espera que as coisas normalizassem para que o avião pudesse descolar. Ah, e o engraçado era a comitiva do presidente, que ficou em filinha, até o avião do presidente descolar, a fazer adeus. E com reportagem vídeo e tudo! Um aparato desgraçado. Mas pronto, parece que é normal.

O dia até me estava a correr bem (onde é que eu já ouvi isto?) até ao momento em que chego ao meu lugar, o fabuloso 20J (à janela). Assim que lá chego, está um senhor com o seu farfalhudo bigode e com a camisa de mangas curtas desabotoada no peito, sentado no meu lugar. Digo-lhe que está sentado no meu lugar e ele começa logo a resmungar: "Pronto, pronto, saio já, sente-se lá no seu lugar", etc etc. Ele levanta-se, eu tiro as coisas que preciso da mochila, não consigo e sento-me no meu lugar com a mochila para deixar passar a fila de pessoas que esperava impacientemente. Depois lá tiro as coisas que preciso e digo ao senhor que tenho que me levantar outra vez, estando já ele sentado ao meu lado. Pronto, tudo estragado, começou logo a mandar vir "Não pense que agora vou estar sempre a levantar-me! Não estou para isso! É preciso respeitar para ser respeitado!", etc etc. Esta vai ser uma viagem e pêras...de 8 horas",pensei eu. Ele depois não resmungou mais quando lhe dizia que tinha que me levantar.. parece que ter dormido ajudou. Mas, como se esta cena não bastasse, ainda tive que gramar o cheiro do senhor, e do seu hálito, enquanto dormia de boca aberta. Mas isto até é suportável até ao momento em que, no final da minha divinal refeição de avião, comecei a sentir um odor muito estranho... eram mesmo peidos, com um trago a enxofre... nem o cobertor que coloquei até ao nível do meu nariz me safou. Ainda se tivesse sido uma vez, mas NÃO!! Foram 3 agoniantes vezes ao longo da viagem. O senhor até pode ter problemas de flatulência, tal como o Pinto da Costa, mas essas pessoas podiam ter umas cadeiras no avião isoladas dos outros passageiros.