terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Muse

Do princípio ao fim, o concerto dos Muse do passado Sábado no Pavilhão Atlântico foi divinal.



Não me perdoo por ter perdido o concerto no Campo Pequeno mas deste vez dou graças por ter sido inteligente e ter comprado os bilhetes com 6 meses de antecedência. BRUTAAALL!!



Por incrível que pareça, ainda não tinha assistido a nenhum concerto no Pavilhão Atlântico (a acústica não é bem... digamos, algo que exista ou que sirva para definir esse espaço) mas ver tanta gente, casa cheia, a vibrar, saltar, cantar quase de princípio ao fim... Juntando isto ao espectáculo visual... não poderia desejar mais. Muito bom.


Se viessem cá para a semana, estaria lá! (Humm... talvez não tão cedo; tenho que curar primeiro este jet lag depois deste concerto).


Só uma nota: é permitido fumar e vender tabaco (oficialmente) nestes espaços? Parece que sim.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

The End

Pronto, está feito, não irei mais para o Porto. Esta fase durou 2 meses. Deu para tirar umas fotos, conhecer alguns cantos da invicta, mas não vai dar para mais. Agora, Angola que aguarde o meu regresso. É o mais provável. Ou será que irei para outro sítio? Vou mas é fazer já as malas... Ah!, pois, já estão feitas.

É isto, ser cidadão do mundo?

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

O Pestinha

Há uma semana atrás estava eu de regresso a Lisboa e escrevi isto. Como não tinha ligação à net e porque depois me desleixei, aqui vão estas divagações.

Estou a caminho de Lisboa, desta vez pelo Intercidades em vez do Alfa. E tinha que escrever este post porque sinto que é meu dever dar o alerta para os passageiros destes comboios. Um conselho se querem descansar, ler ou até ouvir música: optem pelo Alfa. Digo isto não porque é desconfortável ou qualquer coisa do género (à parte de não se conseguir colocar o PC portátil nas ridículas prateleiras que saltam das costas do banco da frente) mas apenas porque a probabilidade de encontrarmos um miúdo que não acaba as pilhas durante o caminho todo (mesmo todo) é muito maior. Essas pestinhas vão durante todo o caminho a saltar, falar, gritar, correr, a desafiar as leis da gravidade no meio do corredor e até tocar nas pessoas dos outros bancos, sendo os avós babados, e talvez um pouco embaraçados, impotentes perante tal força humana em ponto "pequerucho". A mim calhou-me um que devia ter mais ou menos oito anos. Tinha mesmo pint a de pestinha: cabelo despenteado, desdentado, com sardas e tudo e muito eléctrico. É uma boa dica para a próxima: não entro na carruagem com miúdos com estas características. Deveria poder pedir reembolso. É incrível como estes pequenos indivíduos geram um clima de medo nas pessoas à volta. A impaciência vai crescendo à medida que o tempo passa. Talvez seja por serem os avós que o acompanha na viagem e ele saber que pode fazer o que quer e lhe apetece. Eu até gosto de crianças... Até tenho medo que me calhe um destes se vier a ser pai. Podiam inventar uma ecografia que catalogasse os rebentos de acordo com a sua personalidade, para o bem da humanidade. Depois crescem, são hiperactivos, não conseguem dar atenção a tudo, gera frustração, não conseguem ter uma relação estável nem um trabalho onde se sintam bem, acabam marginais, etc etc, isso é certinho!

(...e ainda não parou quieto... ok, sentou-se agora..oh pronto, já se levantou outra vez)

(Brilhante, o avô perguntou se o revisor não tinha um cinto para o banco para poder amarrar o miúdo porque as pilhas não acabam. Priceless!:p Isto faz-me lembrar que os avós deviam ter um subsídio para cuidar dos netos... não os encomendaram e ainda por cima têm que levar com eles o dia todo. Que injustiça :p)

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Porto by Night

Já estou a gostar mais do Porto. É frio, chove mais do que no sul, é mais sombrio mas tem o seu charme. Pelo menos à noite já me cativou pela sua fotogenia, pela harmonia entre as duas margens. É pena que a minha jornada por cá tenha que acabar tão cedo... pelo menos é o que se espera... mas sabe-lo-ei até ao final desta semana. Vamos ver.


Ontem à noite apeteceu-me ir dar uma volta à zona ribeirinha de Gaia para depois tirar umas "plingrafias" ao Porto. O que foi mesmo divinal foi o nevoeiro que se criou num instante à volta da Ponte D.Luís criando um efeito incrivelmente fantasmagórico. Um manto negro desceu sobre o Porto ocultando todas as luzes que iluminam os edifícios históricos. A imagem seguinte mostra o início do nevoeiro.


Talvez passe por lá hoje à noite novamente...

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

New York

Estar fora de casa de tempos em tempos liberta algum tempo de algumas tarefas rotineiras do dia a dia que posso tentar aproveitar para fazer outras coisas. Por exemplo daquela hora que gastamos a preparar a "janta" (sim, uma hora, porque os meus pitéus são de complexidade elevada) e que fora de casa é só esperar um bocadito e pronto, cá está ela em cima da mesa (o chato é pagar). Com este tempo que, supostamente, me sobra, deambulo por vezes no mundo virtual e, quanto tenho sorte, encontro coisas engraçadas.

Mas não foi assim que encontrei esta pérola cinematográfica (estreia esta semana) mas sim através de um podcast da Antena 1 sobre cinema que aconcelho vivamente a todos os que têm gosto por esta arte.

É um novo filme que tem como pano de fundo a amada Nova Iorque. (quando é que lá vou??) Quem não se lembra do filme Paris, je t'aime?



Ok, muita gente talvez mas é um grande filme. Agora, na mesma onda surge New York, I Love You. Parece interessante. É um agregado de pequenas histórias de amor que no seu irmão francês funcionou muito bem. E o elenco deste novo? E os realizadores? Só por isto tudo vale a pena uma espreitadela.




segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Terra Nossa

Para quem se preocupa com a saúde da Terra e com as ideias de como a proteger (e à humanidade), aqui vai um vídeo de um expert na matéria que esteve na "nossa" Gulbenkian. Deixem falar quem sabe.


Já agora... porque é que estas iniciativas não são divulgadas pelas entidades competentes, em última instância o Governo? Porque é que não se falou disto e de outras iniciativas que promovam o respeito pela Terra nas televisões? Não vende não é? Não têm cenas de pancadaria como no Braga Benfica e não têm cenas de gozo insultuoso como nos Ídolos, não é, não é!?

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Once

Tinha que vir aqui falar de um filme que vi há uns dias em DVD. Comprei o filme já a pensar que iria ser um dos filmes da minha vida. Uma amostra do tipo de filmes que aparece no festival de Sundance e uma amostra do que é verdadeiro cinema. Não tem actores profissionais... mas os músicos são mesmo músicos.


Vejam, vale mesmo a pena. E oiçam.


Era um fino para o 219


Esta é a vista que temos no escritório. Direitinha para a ponte da Arrábida no Porto. Começou, na minha vida, a altura de pedir finos ou príncipes em vez de imperiais. De dizer asneiras como se não houvesse amanhã. De viver outra vez num hotel. Aqui, vou ficando no Hotel Eurostar das Artes, que tem um pequeno almoço upa upa. Se passarem por cá, toquem à campainha do 219.

domingo, 6 de setembro de 2009

Aveiro e (a)fins

Por último, Aveiro, mais propriamente Alquerubim, uma aldeia perto de Albergaria-a-Velha.


Demos muitas voltas, desde Aveiro, Praia da Barra (um extenso areal com água de gelar os ossos mas apinhado de veraneantes), Costa Nova (com aquelas casas pintadas de uma forma muito fashion e tradicional ao mesmo tempo), Serra do Buçaco (onde ocorreram várias batalhas durante as invasões napoliónicas) e Luso, onde podemos ver água a brotar do chão. E é claro, já que estávamos perto da bairrada, nada melhor que almoçar o belo do leitão assado.

sábado, 5 de setembro de 2009

Até à Torre


No último dia de estadia na Covilhã decidimos fazer uma escalada/caminhada. O percurso começava e acabava numa cova, o Covão d'Ametade (não vale a pena fazer uma dir sobre este nome), entre três montes que se chamam Cântaro Magro, Cântaro Raso e Cântaro Gordo. É aqui que nasce o rio Zêzere. O percurso ia dar uma volta de 10km e tem uma inclinação vertical de 500m, na subida, até à torre, e na descida, de volta até ao Covão.

Bem, lá fomos nós até à torre. Confesso que foi mais difícil do que estávamos à espera. O que nos valeu foram os montinhos de pedra que nos foram indicando o caminho. Com o nosso atraso, quando finalmente chegámos à torre, já corria um vento fresquinho fresquinho que aliado à sombra que já se estava a pôr na encosta por onde era a descida, nos fez decidir apanhar boleia para baixo. E assim foi, primeira vez que apanhei boleia. Obrigado senhores que trabalham nos cafés da torre.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Covilhã


Desde que me conheco que venho aqui pelo menos uma vez por ano. Já não acho muita piada a esta cidade mas a minha motivação para aqui vir é apenas visitar os meus avós, se bem que no Inverno a serra tem outro encanto. Nessa altura, e se S.Pedro não se armar em chico esperto, consigo praticar sku, este desporto do qual sou fã incondicional, tal como grande parte da população portuguesa que peregrina, como se não houvesse amanhã, à serra no Carnaval e na Páscoa. Ir à Covilhã e à serra com neve e não puxar do plástico para fazer sku naquele manto branco "fofinho" que se estende perto da torre devia ser considerado sacrilégio.

Covilhã é a cidade que conheco que tem mais idosos por m2. Mas parece que a câmara já tem um plano para isto. E eu a pensar que não se preocupavam com estes índices. Brevemente vai ser inaugurada uma ponte pedonal que une duas margens de um riacho. Tem quase 100m de comprimento e... 60m de altura!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Olho Marinho


Primeira paragem das férias dos avós: Olho Marinho. Vamos dedicar uma semana a visitar os nossos avós e o primeiro feliz contemplado a ter a nossa companhia foi o meu avô materno, numa aldeiazita perto de Óbidos. Estes ares do campo fazem-me muito bem (so faltou pegar na enxada).

domingo, 30 de agosto de 2009

Setúbal


Já lá vai um ano e meio que me mudei para a margem norte do Tejo. Setubal ficou para trás mas Oeiras/Lisboa ainda não é bem a minha cidade. Ainda não conheço bem os cantos à casa.

sábado, 29 de agosto de 2009

Férias vá para fora cá dentro


Estou de férias e estou na praia. Sou um dos milhoes de portugueses que frequenta as nossas maravilhosas praias no mes em que tudo para. Deixei-me levar pela necessidade de estar ao pé do mar que se sobrepos à calmaria do transito e do trabalho, coisas que eu sempre elogiei e que sao os meus argumentos instantâneos para nao tirar férias em Agosto. Porém em Agosto tirei apenas 1 semana. Ainda bem porque ouvir o som do mar, olhà-lo tendo como pano de fundo a Arrabida, sentir o cheiro a maresia, vale muito, muito mesmo, e faz tao bem.. Se o Sol nao fizesse tao mal à pele, a praia seria perfeita. É pena. E à praia da Comporta falta apenas isso.

domingo, 26 de julho de 2009

Praia na Caparica


Sim,estou,pela 2a vez na minha vida,numa praia da costa da Caparica. E nao,nao ha mtos brasileiros. É apenas a 2a vez porque sempre me foquei nas boas praias de Setúbal. Mas confesso que as da costa também não ficam atrás. Principalmente porque têm uma característica que faz de mim um miúdo de 10 anos: ondas (e um bar com pufs mto cool).

E faço estas coisas todas porque não fui a Angola. A minha viagem foi cancelada à última hora e avizinha-se uma nova etapa na minha vida.

Ando preguiçoso para fazer as prometidas obras neste estaminé mas a vontade de escrever algumas coisas sobrepõe-se. Um dia há-de ser.

sábado, 18 de julho de 2009

Noite de recital e tal


Aqui estou,à espera das 22h para que comece a peça (à borlix) Recital e tal,no largo do teatro S.Carlos.Isto está cheio!É importante dizer que chegámos 1h antes,sem antes nos termos apetrechado com sandochas.Sentadinho tá bem.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Resize and Reshape

Com a proximidade do aniversário deste estaminé, decidi alterar algumas coisas. Por isso entrou oficialmente para obras (ok, "reparaçõezitas").

E não me esqueci que prometi colocar aqui as fotos das férias. Serão colocadas. Mas são quase 1000!!! Desta vez não apaguei o cartão de memória. Grande feito. Diga-se de passagem que tive que fazer uma ginástica enorme para que todas as fotos coubessem nos dois cartões que levei para as duas semanas de férias (grande animal!). Por momento até pensei que o meu dedo indicador direito tivesse já com uma tendinite, de tanto repetir o mesmo movimento. Mas acho que não.

Gostei particulamente de Budapeste, Viena e Praga. Ok, não consigo decidir. Mas para quê? Só não gostei dos checos... tentaram-nos enganar muitas vezes... foram bem sucedidos algumas delas, os estupores.

O que eu detesto depois das férias: a carrada de mail que tenho para ler no trabalho. Devia ter mais coragem para levar a cabo a minha teoria - apagar todos e mais algum porque os assuntos importantes irão ter connosco novamente.




domingo, 7 de junho de 2009

Férias

Quando chego a Portugal há um período de adaptação ao quotidiano e às rotinas que me custam mais do que deviam. Nota-se claramente que sou um animal de hábitos. Agora já estou dentro da "normalidade".

A minha última viagem a Angola não foi das melhores. Espero que a próxima viagem, agendada para dia 19 de Julho (pois... passarei novamente o meu aniversário fora.. 3 anos consecutivos... mesmo bom) não seja tão atractiva para as doenças como a que passou. Tirei mais algumas fotos que, por motivos técnicos, não consegui colocar no blog. Aqui vão elas.

Mas vim aqui escrever umas coisas porque já há muito tempo que não o fazia e como vou estar fora 2 semanas depois seria muito tempo sem dar sinal de vida virtual. Eu e a minha alma gémea vamos de férias durante 2 semanas para a Europa Central. Vou a Budapeste, Viena e Praga. Fotos neste blog ficam aqui prometidas. Estou a precisar de descanso. Tenho estado cheio de trabalho (e com o meu amigo stress) que não me tem deixado relaxar nem ir ao Yoga ou ir nadar. O ponto alto (ou baixo dependendo do ponto de vista) foi me terem colocado na posição de team leader da minha equipa cá de Lisboa na ausência do meu colega que está agora em Luanda. É uma situação mesmo boa para criar inimigos...

Bem, já estou atrasado para o avião... as usual.

sábado, 16 de maio de 2009

Regresso

Estou num dilema. Durmo ou não. Faço directa ou não.

Vim agora de uma saída à noite, com os meus colegas tugas. Eles ficam mas eu vou-me embora hoje. Tenho que sair do hotel daqui a 2 horas. Tenho um avião para apanhar para a minha querida terrinha e ainda estou um pouco tonto da pouca bebida que bebi (pois, é fácil...). Fui a um jantar onde comi pela primeira vez, que não no hotel, bacalhau. Depois foi só curtir a música no Chill Out. Não sei porque mas aqui consigo gostar mais da música e do ambiente do que em Lisboa. O facto de ser ao ar livre e ao lado da praia deve ajudar. Quem me dera ter aqui comigo as pessoas de quem gosto para partilhar com elas um pouco deste momento...

Bem... se calhar vou só passar pelo sono.

Até já... em Portugal.

domingo, 10 de maio de 2009

Marx vs Angola

Já passou uma semana desde que escrevi pela última vez. Não tenho tido vontade de escrever. Tenho andado completamente empenhado em curar as minhas maleitas que surgiram na semana que findou. Sim, mais doenças. Esta viagem tem tido o seu qb de doenças. Nunca me tinha acontecido.

Ora bem, na 3ª foi um belo de um caril de frango que me arruinou o sistema todo. Tinha que ser comida oriental... Nem a pesadíssima cozinha angolana alguma vez me afectou. Antes disso, no Domingo, acordei com uma valente dor de garganta (acho que foi por ter levado com o ar condicionado do carro depois de vir ainda quente da pista de dança do Chill Out - ah pois, grande noite de música house). Na 4ª, a "chega-te para lá" febre tomou as rédeas dos meus sintomas e levou-me à clínica de saúde Sagrada Esperança na 5ª. É uma clínica privada que é conceituada aqui, dada a sua origem: foi a Endiama, empresa de diamantes de Angola, que a fundou. Antes para os funcionários, agora para quem tem dinheiro ou para quem trabalha nas empresas que têm acordos com ela. E eu sou um desses espécimes, que tem esse benefício quando aqui estou desterrado. Mas, como é óbvio, tinha que acontecer algo que me fizesse ir aos arames. Depois de me ter identificado, com todos os cartões que tinha ao meu dipôr para provar a que empresa pertenço, diziam que não constava na lista dos funcionários. Ai o c....!! "Desculpe, mas não o podemos atender se não for o senhor a pagar", disseram-me (e eu, de repente, vi a minha conta bancária a ir a zeros em 4 segundos... mas depois recompus-me). "Então se até os meus colegas consultores que são externos à empresa vêm aqui e são atendidos, como é que eu, que faço parte dos quadros, não posso ser atendido?", ripostei. Mas depois lá me atenderam. Que falta de informação/formação que ainda existe em sectores públicos onde se paga uma pipa da massa! Enfim. Ah, fiz análises ao sangue, coisa que nunca pensei em fazer num país do terceiro mundo, já que a relação que tenho com as seringas, injecções e derivados, não é lá muito famosa. Mas correu lindamente. Portei-me como um homenzinho, sem antes lançar a habitual "bjarda" para pôr pressão no enfermeiro "Não gosto lá muito disto.", porque caso corresse mal, poderia sempre dizer "Eu avisei.". Tão simples quanto isto. Não é másculo? Pois, mas quero lá saber. Escusado será dizer que demorou bastante mas como estou habituado ao hospital S.Bernado de Setúbal...



Há coisa que me irritam aqui. Deve ser a 78ª vez que digo isto aqui. Uma delas é ter que pagar 21 USD por uma sandwish... fria de perú e não sei quê (ah, e umas quantas batatas fritas de pacote, metade queimadas). Só aqui! Se calhar no Zimbabwé também deve ser engraçado... com aquela taxa de inflação de 3 ou 4 dígitos...

Outra coisa é este país/governos equiparar o petróleo ao pão (nem sei se a água é) porque são ambos bens de primeira necessidade. Primeira!! Os combustíveis não são taxados aqui. E depois andam a pedir dinheiro emprestado à China, em troco de petróleo e de mão de obra (são mais chineses que portugueses...quase) que consiga erguer os edifícios gigantes de escritórios no centro de Luanda, cujos futuros funcionários não vão ter sítio para estacionar o carro porque... não há simplesmente parques nem mais um espacinho para tal. Caos! A polícia lançou agora um novo código da estrada, distribuindo uma lista de infrações e respectivas multas. O valor mais baixo é 65000 KWZ, ou seja, 650 € para quem não tenha a pala do sol colocada. É óbvio que quem se vai safar bem são os polícias que já vão poder comprar as televisões e coisas parecidas à pala das "gasosas". Vão multar os candongueiros que não estiverem legais (qual é que está?!qual é a lei para estes "taxis" sem lei?!) e estes têm que ter cintos em todos os assentos. É que não estão a ver bem. Aquelas carrinhas são umas autênticas camionetas apinhadas de gente. É apenas uma carcaça de metal, 4 rotas, 1 volante, 3 pedais (não sei se têm o travão) e a manete da mudanças e.... 15 pessoas lá dentro na boa (pronto, também tem assentos para 8 pessoas). Resultado, muitos (muito mesmo) tiveram que parar, as pessoas têm que arranjar alternativas de transporte, já que este era/é o transporte do povo para todo o lado, inclusíve para os empregos. Alternativas.... autocarros que só se vêm quando rei faz anos? Não percebo este pensamento completamente anti-social. Primeiro tiram-se as coisas às pessoas, depois, um dia quem sabe, pensa-se em solucionar o problema criado pela primeira medida.

Outra história deste país. Tenho colegas que moram nos arredores de Luanda que se levantam às 4h da manhã para estarem no emprego a horas. Vêm de carro e se se levantarem 1 horas que seja mais tarde já vão chegar tarde. O trânsito que vem de fora de Luanda para a cidade é absurdo. São filas de 3 horas todos os dias. E a multidão que faz isto todos os dias. O meu motorista, rapaz novo, depois de me deixar depois do trabalho, se for às 19/20h, diz que já vai chegar perto das 23h a casa. Depois levanta-se às 4. Todos os dias. Como milhares de pessoas que moram fora de Luanda. Na minha viagem para cá, ainda era de noite quando aterrei. Lá de cima via-se uma linha de luzes amarelas de dezenas de quilómetros para fora da cidade. Incrivelmente assustador. Ao início pensava que era iluminação da estrada. Mas eram carros.

Fogo, já é tarde e já escrevi tanto! Entusiasmei-me. Ainda me esquecia das coisas e assim está aqui tudo :) Já agora, uma amostra de uma zona fora da cidade nestas fotos do ano passado, numa saída minha para o terreno em trabalho.


E este fim de semana já acabou... estive a trabalhar e a recuperar. E passou tão depressa. E assim entro na minha última semana por estas bandas.

domingo, 26 de abril de 2009

Tic Tac Tic Tac

O tempo aqui passa rápido. Rápido demais para tudo o que tenho ou gostaria de fazer. Parece que este sentimento corre atrás de mim. Passa muito rápido, rápido demais. Por outro lado, as coisas neste país correm a uma velocidade incrivelmente... lenta. E isto afecta-me, atrasa-me... irrita-me!

Ando muito irritadiço. Porque será?

Vinha aqui partilhar umas fotos. Já nem me lembro quais eram... vou procurar. Só um instante.

No outro post falei sobre o meu quarto e tal... aqui está uma amostra. Esta cama é divinal. A net é horrível. Ainda é mais lenta que os modens de 56kbps... aqueles que faziam a som irritante "triiiiii truuuuuu triiiii trrruuuuuuu" etc etc. Conseguem imaginar coisa mais lenta que isto? Pois...


A vista para a baía foi esta, da foto seguinte. Foi porque era a do quarto onde estava antes de mudar. Agora, já não é bem assim.


Lá ao fundo a famosa ilha. Era uma ilha mas os portugueses fizeram uma pequena ponte que agora a liga ao continente. É lá que está a maioria dos restarante caros e onde se come melhor. Ainda hoje fui lá, à praia do bar/restaurante Caribe. Estava apinhado de gente (de todas as cores). Um raio de um bitoque, um miserável bitoque e um sumo natural de ananás custou-me 40USD!! Mas a quantidade de pessoas que lá estavam a comer à grande... enfim... por mais vezes que aqui venha ainda não me habituei a isto. Ainda no outro dia, depois das chuvas enormes que aqui ocorreram e de tempestades no mar, muitas casas da ilha foram invadidas pela força do mar. O que é que fizeram para ajudar as pessoas? Toca a tirar os bulldozers da garagem e a demolir o que ainda resta para que não exista a menor dúvida que já não se pode ali morar, nem mesmo depois de uma pequena molha. Resultado: famílias desalojadas sem dó nem piedade. Tudo bem se me disserem que têm que requalificar a zona (porque precisa mesmo... muita miséria e fica mal aos olhos dos investidores etc etc). Ficaram sem casa, mais pela demolição do que pelas chuvas e ondas do mar. E onde é que essas famílias foram parar? Isso agora não interessa nada, o que interessa é o projecto urbanistico (LOL) que está em curso pelo (pouco corrupto) governo para essa zona "nobre" de Luanda. Casas ou bairro social? O que é isso? Dá dinheiro? Não. Então não quero. Hoje passei por lá e é só entulho. Outra questão pertinente. Quando é que agora vão tirar de lá esse lixo resultante da demolição? Opah, isso dá muito trabalho... aposto que ainda lá estará quando eu voltar novamente a Angola. Estou sem fé neste país.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Take it to the next level

Só queria partilhar este vídeo convosco. O realizador é Guy Rithie. Isto é que é mesmo elevar a publicidade a outro nível.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Primeira Semana

Depois de uma semana da minha terceira temporada em Angola, vou aqui fazer um pequeno balanço. Além de ter estado doente toda a semana (ricos fim de semanas a vegetar no hotel... nada melhor para curar seja o que for... pronto, ok, também tomei alguns drunfs), ainda tive alguns contratempos. Pode não parecer mas estar num país destes com a saúde um pouco frágil não nos deixa muito contentes.

(foto tirada a partir do restaurante Cais de 4 para a baía de Luanda)

Em primeiro lugar, o hotel (não se deixem enganar pelas fotos nem pelas 4* nem pela diária de 400 e tal USD). Este maravilhoso antro de business man, técnicos e engenheiros (e pessoal da TAP) portugueses ou angolanos barrigudos. Homens. Só homens (faz-me lembrar o meu curso no Técnico, não sei porquê...). Quando cá cheguei disseram-me logo que só tinha reserva no dia seguinte, ou seja, nessa dia à tarde porque cheguei de manhã e por isso só podia ir para o quarto a partir das 14h. Que bom, vou poder fazer directa e meia! Mas depois lá me arranjou uma maneira de ficar num quarto mais cedo. Uff...

Depois ao fim do dia quando decido tirar as coisas da mala e vou colocar os objectos mais cobiçados no cofre, vejo que este não fecha. Humm.... está a começar bem, pensei eu. Tudo bem. Eu bem tento, sem sucesso, carregar com toda a minha força no botão que manda fechar o cofre e nada. No dia seguinte , depois de muito insistir com a recepção, vem um electricista e troca-me o teclado do cofre. Vá lá. E ainda lhe dei algumas amêndoas de chocolate branco que trouxe de Portugal. No Sábado à noite estraga-se o ar condicionado. Nem ligava. Ok. Next room! Lá tenho eu que mudar de quarto. Uma coisa alegrou-me. O quarto que me atribuiram tem cama de casal. King size! Maravilha! Lá tive eu que levar as coisas na mão e descer um andar para o meu novo aposento. Um funcionário ajudou-me e ainda lhe dei uma gasosa de 100 Kwanzas. Mas... hoje vieram ao meu quarto arranjar também o ar condicionado porque não estava a enviar ar frio. Parecia uma ventoinha... Mas para que eles cá viessem arranjar... ui.... se se pagasse os telefonemas dos quartos para a recepção já tinha gasto uma fortuna. Mas lá arranjaram. Agora já posso ficar constipado se me apetecer :p Ah, também tive que corrigir 2 vezes o regime de alojamento que tinham inserido para mim no sistema, porque estava mal. Ah, e fui ver a conta corrente do meu quarto e tinham jantado por mim. Duas vezes! Que paciência...

Segundo. O trabalho. Fogo, é aqui que mostro a verdadeira raça e poderio tuga no que toca ao trabalho! É só para os brasucas verem quem é que domina :p Tenho estado completamente ocupado, tenho tanta coisa em mâos... um dos colegas que está há mais tempo no projecto e que tem mais tarefas foi de férias e para a semana vai outro. Ui, vai ser tão bom...

Outra coisa: os comentários no blog e os mails que me têm enviado têm-me dado muita força nesta minha viagem. São estas pequenas coisas que dão sabor à vida. Sinto que apesar de viajar e de estar longe de casa e de todos, estou perto dos seus corações. Sabe bem.

(rua de caminho para o escritório, rua Rainha Jinga, onde exite uma loja Hugo Boss)
Mais uma historinha para dar a conhecer o tamanho do buffer de certas e determinadas pessoas: no outro dia fui jantar com 2 colegas meus. Escolhemos duas pizzas. Fizemos o pedido. Depois de algum tempo vieram-nos perguntar quais as pizzas que tínhamos pedido. Lá dissemos. Depois de algum tempo, vieram-nos perguntar qual tinha sido a 2ª pizza (!). Depois lá vieram as pizzas. Uma estava certa (50% de eficácia). A outra que tínhamos pedido... começou naquele instante a ser feita :)


sábado, 18 de abril de 2009

Hora de dormir

Vim da minha primeira saída à noite em Luanda sem motorista. Fui jantar com uns colegas meus que têm carro aqui. Fomos à "ilha". Pacífico, excepto o estacionamento. Estacionar no centro de Lisboa é para meninos.

Soube bem mas... parece que nada preenche este sentimento de vazio. Talvez pela saudades de outros colegas, amigos, que estiverem comigo neste projecto e nesta cidade noutras ocasiões. Talvez pela nostalgia dos tempos passados. Talvez por sentir que as pessoas, cada vez mais se fecham em si mesmas, não deixam criar laços de amizade porque têm medo de se abrir, como se isso invadisse o seu espaço, a sua vida, a sua organização. Como se isso não fizesse parte da vida... Talvez porque... temos medo de sermos magoados... como se isto não fizesse parte da vida.

Fala-se por Skype, Messenger, SMS, por email, diz-se o que se está a fazer neste preciso momento no Twitter, diz-se por onde se anda no Facebook, colocam-se umas fotos no HI5, comunica-se usando o teclado, olhamos para quem gostamos através de um ecrã. Quando se pára e se pensa nisto... E o cara-a-cara, o olhar nos olhos, o sentir a outra pessoa, o abraçar (será que ainda sabemos como o fazer?). As pessoas começaram a viajar mais, a terem cada vez mais a presença da distância dos outros na sua rotina. Habituaram-se a estar longe, sozinhas. Será isto que me afecta? E as pessoas, de facto, desiludem... Não encaixo, não sou compreendido ou não me compreendo. Sinto-me como uma criança perdida num centro comercial, a olhar para todo o lado e a não encontrar os pais, o seu ponto de referência, o seu norte. Será que sou eu? Serei o único a pensar nisto, assim? Sinto-me estranho e não sei bem porquê. Se calhar com um ou dois shots isto passava-me, quem sabe.

Relembraram-me à muito pouco tempo que por mais longe e por mais tempo que esteja afastado de um amigo, ele continuará sempre a estar presente para mim e ele saberá sempre que eu estarei sempre para ele. É verdade, mas quando? Quando é que vamos ter com ele? Se é assim porque não há mais presença? O tempo não pode ser desculpa para tudo... não deve.

Bem, já chega, já mal consigo mantêr os olhos abertos.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Promeça cumprida

Não, não prometi deixar crescer a barba até a equipa de Portugal marcar golos, como o nosso seleccionador. Prometi sim, no post sobre a minha viagem a Madrid em trabalho, que publicaria aqui uma amostra das fotos dos meus passeios por aquela cidade boémia. Foram tiradas no fim de semana que lá passei e também de noite, depois de uma saída para jantar (onde a minha carteira ficou substancialmente mais leve) e numa outra saída à noite que aconteceu de propósito para tirar fotos ao Templo de Debod. Popei-vos das minha fotos de mim próprio senão depois chateavam-me a pedir autógrafos e sessões fotográficas e agora não me apetece.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Página do doentinho

Não queria escrever hoje. Queria aguardar pelas minha melhoras para ter mais disposição para deixar aqui umas coisas, neste estaminé (quase) abandonado.

Mas agora é que é a hora! Obrigo-me a escrever. Para o bem da humanidade.

Pois é, estou de regresso à "nossa" Luanda. Que coisa bonita, que cheiros agradáveis, que... pachorra que eu tenho para me vir aqui meter. Onde eu tinha a cabeça quando disse que sim à directa e asfixiante pergunta "Então e 2 meses em Angola? Sim ou Não? Sim ou Não?". E cá estou eu... novamente. Corro o sério risco de perder o casamento de um dos meus melhores amigos por causa desta viagem. E, se houver azar, ainda perco o batizado da minha prima que, só assim por acaso, como quem não quer a coisa, irá ser minha afilhada. Pois, vou ser tcham tcham tcham tcham The Godfather.

O meu regresso não foi muito famoso. No domingo, dia da minha viagem de 7 horas e tal, tive que ir ao médico em Portugal (porque tinha que vir para este lado... porque depois teria que ir aqui e..tá quieto!). Tenho uma faringite que me está a custar curar mesmo com antibiótico. Tem dado comigo em doido mas parece que já está a melhorar. Além disso, esta porra de medicamente teve em mim um efeito secundário lixado. Ocultanto certas partes para as crianças mais sensíveis, tenho evitado a fibra para que... ok, acho que se percebe. Mas de facto, o regime (uau, já estou a falar à brasileiro) que me tenho imposto, a pão, água e arrozinho branco, tem-me ajudado muito. É engraçado quando se fala sobre estes sintomas a alguém. Nunca se chega a chamar o nome às coisas, é só "Ah e tal, estou mal-disposto", "Dói-me a barriga" etc etc.... por um lado percebo que é um pouco embaraçoso mas por outro lado, fogo, é normal raios! É como quando se sai da casa de banho na empresa e depois está logo um colega quando de lá saímos. Ou esperamos o silêncio, ou o desconversar ("Hoje está fresquinho") ou "Eh, então, foste cagar?" como no outro dia. O que se responde a esta pessoa? Tenho muitas ideias bardajonas que não vale a pena partilhar neste momento. Ou vale? Humm... não. Apenas porque agora tenho uma bruta enxaqueca. Mais vale me darem a reforma dado o meu indiscutível estado de decomposição. Decadência. Ainda me queriam levar à Dona Mulema... para tirar este azar que trouxe de Portugal mas "ehhh, não vale a pena, deixa lá isso".

Desta vez trouxe a minha máquina fotográfica. No outro dia um colega foi preso por estar a tirar fotos. Teve que dar, durante o percurso até à cadeia, uma "gasosa" para que o libertassem. Nada que uns belos 100 USD não resolvam. Ele não disse para onde estava a apontar a câmara...