segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Voct

Ainda não tinha falado deste maravilhoso grupo aqui no Blank.

Eu não era grande fã de música a'cappella até os ouvir. Depois de os ter ouvido... bem, digamos que fiquei com uma outra visão sobre a música. Eu até sou uma pessoa que gosta de Korn e de Muse, passando por Moby e Clã (para dar um exemplo português). Mas nada disto se assemelha ao que estes "meninos" conseguem fazer com a sua voz. E é mesmo só com a voz! Dá gosto ouvir um fado com um toque "Vocteano", uma música dos Beattles com uma nova sonoridade, uma música de Zeca Afonso cantada de uma forma completamente jovem, não deixando para trás, ao mesmo tempo, as raízes clássicas.

Nunca fui bom a descrever música, até porque a minha formação para tal é quase nula, apenas me limito a ouvir... e neste caso ainda bem por sabe verdadeiramente bem saborear cada nota. Quem me dera conseguir transmitir um pouco da qualidade do grupo com estas palavras... mas como com qualquer outra arte, nada melhor que a experimentar na primeira pessoa.

Mas tenho pena que este grupo, com tanto potencial, não seja mais divulgado e conhecido. Daí esta minha singela homenagem. Cada concerto, cada tremenda ovação. Só visto!

Vejam o site e o espaço no myspace (ainda estão em "arrumações"). É daquelas coisas... vale a pena descobrir.

sábado, 22 de novembro de 2008

Ponto G

Eu sei que prometi algumas fotos da minha viagem a Madrid mas parece que estou embruxado porque ando com alguns problemas técnicos e ainda não as consegui pôr neste mundo. Mas hei-de as pôr! Não perdem pela demora.

Enquanto isso não acontece, observemos aqui uma cena do "Quem quer ser Milionário" espanhol.


sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Ruas de Madrid

Tal como tinha planeado, fui a Madrid no passado fim-de-semana. E aprendi a gostar mais desta cidade, apesar de ser muito parecida, em muitos aspectos, com Lisboa, especialmente na sugidade das ruas mais importantes. Será esta uma característica das cidades dos países mediterrânicos? Atenas também é assim...

Bem, gostei do ritmo, da vida nas ruas. Nas artérias mais concorridas, cheias de turistas, há imensa animação... e muitos "artistas". Aqui está um com muito nível. Mas havia muitos mais e para todos os gostos.




Ao almoço experimentar comer ao balcão de um restaurante. É engraçado o facto de eles, até nos restaurantes bons, terem a opção do balcão, mas sendo mais comum dos restaurantes/cafés. De qualque modo, sempre dá para poupar uns trocos para a sobremesa lá fora :p. Ao jantar experimentei um engraçado conceito de fast food espanhola, os montaditos, tipo Pans&Co mas em... miniatura. Aqui há muito a mania de uns cacetinhos pequenos em vez de pão como deve ser, à portuguesa. Ou seja, isto dos montaditos consiste em colocar lá para dentro (não muito porque não cabe) um tipo de acompanhamento, sendo a ideia pedir vários e experimentar. Estes espanhóis... estão-me sempre a surpreender :p ... nunca tinha tido problemas com a alimentação nas minhas viagens (ok, em Angola também não é pacífico) mas aqui... ou então sou eu que ainda não estive cá o tempo suficiente para entrar no esquema.

Dentro de momentos vou disponibilizar as fotos. E amanhã já me vou embora.

domingo, 2 de novembro de 2008

O cinema de agora é que é!

Estou aqui na net, à procura de pachorra para aturar o PC que teima em não me deixar usar o excel para fazer a coisa mais importante que tenho para fazer (ou tinha) neste domingo. Com isto, deparo-me com 3 filmes que merecem ser vistos (obrigatoriamente). E depois não digam que não dou bons conselhos.

No novo filme de Cédric Klapisch (realizador de L’ Auberge Espagnole e Les Poupés Russes) chamado Paris (mais um com esta palavra no título... mas não me canso de a ver).



Agora outro filme françês, inesperadamente Palma de Ouro em Cannes, chamado Entre les Murs. Acho que foi filmado ali para os lados da Quinta da Fonte ou Amadora. Não? Pois, parece.



Outro, num estilo completamente diferente, com um elenco de luxo, para descobrir num cinema perto de si (ooohhh, que poético), com título português Guerra, SA.



É chato só agora começarem a chover filmes desta categoria... vai bem com o frio e a chuva. Será que me arrisco a ir ver um filme aqui a Madrid, dobrado em Espanhol??

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Surf, Londres e Madrid

Depois de tanto tempo de ausência no mundo blogueano, aqui estou de novo. Muito se passou desde o último post, como é normal na minha vida: sempre montes de coisas para fazer, sem tempo para nada e depois reparo como o tempo voa sem fazer as coisas que gostaria de fazer. "Seize each day as it was the last one". Isto é muito bonito de se dizer mas muito difícil de cumprir já que não vivemos isolados, vivemos numa sociedade que, além de nos incutir certas ideias, envolve-nos na rotina diária comum. Agora, penso que o importante é tentar fugir um pouco a este ritmo.

Foi a pensar em divertir-me e alargar o meu leque de experiências, para que tenha algum tema de conversa com os meus netos (ai está, a sociedade a dizer que tenho que ter netos e tal), que resolvi entrar no mundo do surf. Sim, já soi Surfista. Ou quase. Por ainda estou a aprender. Ok pronto, duas aulas. Este é um dos meus vídeos comigo a surfar na praia de Carcavelos. Gostam da minha fatiota?



Comecei quando entrei de férias, no início de Outubro, depois do meu Love me ter oferecido um pack de aulas. Férias estas que foram divinais. Em primeiro lugar fui fazer a viagem da praxe, viagem de comboio até à Covilhã. Metade da viagem é ao longo do rio Tejo. Depois Londres como destino. Casa/quarto do nosso amigo Hélder como dormitório. Tivemos sorte porque apanhámos bom tempo. Sol. Só choveu um dia à tarde. É uma cidade espectacular, incancável, cheia de gente de toda a parte do mundo, incrivelmente fotogénica. Mas sinceramente, ainda não consigo falar sobre esta viagem sem não me lembrar de um pormenor: apaguei as fotos de um cartão de 2G acidentalmente. Sim, é verdade, muito stress isto me causou e ainda não estou completamente recuperado. Estava a pensar que falar nisto aqui servia de cura, que me faria esquecer num instante o que aconteceu. Garanto, estavam as fotos mais belas de sempre de Londres. Ainda por cima com Sol, o que é raro! E as da noite? Ui!!.... (suspiro) Não sei... agora que estou em Madrid, em trabalho, poderia tirar umas quantas como consolação mas nem sequer estou com vontade. É como se o destino me estivesse a dizer "Não te metas nisso.".


Mas não quero deixar a oportunidade de falar de Espanha, ou melhor, Madrid. Epah, eles têm uma Avenida da Liberdade a que chamam de Paseo del Prado e umas quantas estátuas e museus e umas quantas praças... e têm as tapas. Eu até aguentava com as estátuas, os museus, as praças, e até a língua, mas, as Tapas? O que é isto? Serão entradas? Serão aperitivos? Não, são tapas. Acho que eles é que a sabem toda (não têm la siesta mas têm uma saída mais cedo do trabalho na 6ª) : qualquer coisita é uma tapa, um bocadito de pão com queijo é uma tapa, um pires com 3 camarões é uma tapa... só para não terem muito trabalho em cozinhar decentemente! E para ganharem bem porque não é barato para a quantidade que é! E depois a Paella... é claro que ficou famosa! Depois de tanta Tapa, quem não gostaria de comer um arrozinho à maneira? Vejamos esta definição:

"Una tapa en España es esencialmente un aperitivo que se sirve en un bar o restaurante acompañando a la bebida, generalmente sin coste económico adicional. Tradicionalmente, la forma habitual de consumirla es tomando una o dos por local junto con la bebida y luego desplazándose a otro bar, donde se repite el proceso." Não se paga? Onde? Publicidade enganosa!

No outro dia fui a Madrid jantar já que estou em Fuenlabrada (num hotel na rua da Ericsson... é como dormir no escritório :p) a 25 minutos da estação de Atocha. Já agora, uma foto do restaurante onde almoço. Castiço hein?
Estava um frio que gelada as mãos. Dei uma voltita, e acabei por ir a um restaurante muito simpático "Bocaíto", que segundo consta, é típico espanhol. Ora bem, a decoração está excelente, tipo casa de pasto, muito pequenino, que só começou a encher (completamente) a partir das 21/21:30h. Agora o menu... ok, ainda não estou habituado. Só digo que acabei por pagar quase 30€ e não me estiquei de modo algum. Por outro lado, e à parte das mãos geladas dos 5º, não conseguia tirar fotos de jeito porque ou havia uma paragem à frente ao motivo, ou semáforos, ou carros e mais carros, que deu comigo em louco! E depois a língua... eu era daqueles que dizia que mais valia pertencermos a Espanha, por motivos económicos mas depois de pensar bem sobre a língua dos nuestros hermanos... não sei se conseguiria viver bem comigo mesmo se tivesse que dizer os Vs e os Bs de maneira igual: Yo voy lê-se Yo Boi! E buey (boi) diz-se... boi!! Espera, os nortenhos também dizem assim... eu vou/eu bou... humm... Acho que amanhã já não tenho net nem emprego nem amigos do norte :p
Ahh, agora lembrei-me que enquanto estava em Londres conhecemos um Belga que estava lá a passar o fim de semana e quando eu lhe disse que era de Lisboa, ele respondeu-me "Ah sim, Espanha." O que se faz a uma pessoa destas??!!

Vou cá ficar este fim de semana (de chuva). Talvez consiga algumas boas fotos e ter mais algumas experiências para contar... e talvez aprenda a gostar mais de Madrid.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Rei da Pop

E a frase do dia é (uma mãe para o filho numa viagem Setúbal-Lisboa de autocarro):

"Às vezes contigo só mesmo ao murro!"

No comments.

Regressando à temática Angola, aqui segue um vídeo divinal sobre a polícia angolana (tive azar porque não vi nada disto ao vivo..). Afinal, o rei da Pop está em Luanda!

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Cinema

Tenho que dizer isto: no fim de semana passado fui ver o filme "You Don’t Mess With the Zohan" (Não te metas com o Zohan). Como descrever o filme... bem... humm... já sei, PARVO! Mas é um parvo assumido. Fizeram por isso. Tem piada em muito momentos... mas é daqueles que, no fim, se sai da sala de cinema a dizer a frase usual nestas situações "Devíamos ter ido ver o outro". Filme de pipoca, recorrendo à comédia física, que resulta muito bem em certos e curtos momentos (ok, pronto, um ou outro é de partir o coco). Mas o engraçado é que é daqueles filmes parvos mas que nos fazem rir mesmo com o trailer... acho que vale a pena se não quiserem nada que vos faça pensar. Fast food movie.



Já que estou a falar de cinema, reparem no Trailer on Fire aqui no lado direito do blog, que tem um trailer do filme de autor do momento: "Bienvenue chez les Ch'tis"(Bem-vindo ao Norte). Uma comédia francesa que está a ter um sucesso enorme! Para ver sem medos de se gastar dinheiro mal gasto.

Outro filme que fez furor no festival de cinema de Cannes foi o "Gomorra". Outro filme europeu, desta vez italiano, que conta as entranhas da mafia napolitana (é caso para dizer "Benfica, cuidado com o Nápoles... por várias razões por isso não nos importamos que percam... mais vale).

Ah, já agora, o destino de férias escolhido foi Londres, não foi um dos votados :)

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Ventríloquo


Lembrei-me de partilha convosco um vídeo que me fez rir até cair para o lado.



Lembro-me agora que quando era miúdo, numa certa fase, dizia que queria ser ilusionista. Mais, numa outra fase dizia que queria ser médico de manhã e professor à tarde. Até era um miúdo com umas ideias engraçadas. Mas nunca pensei em ser ventríloquo. Até porque.. onde se estuda? Quais são as habilitações necessárias? Este assunto tem vindo a tomar forma na minha cabeça. Mas parece que os ventríloquos estão em vias de extinção.. nunca mais vi nenhum! E os sapateiros também... Porque é que o governo insiste em dar portáteis aos miúdos da primária e ciclo (sobre este assunto poderia dizer que não é assim que o aluno olhar de outra forma para o professor, até porque se em casa pode jogar à vontade no PC ou Playstation, para quê ir à escola onde não pode fazer isso no PC que o espera lá?? Até quando manterão os alunos interessados no novo brinquedo? Porque, se eu naquela idade tivesse um portátil, é óbvio que seria mais um brinquedo... mas pronto, cabe ao professor inverter essa ideia...mais uma tarefa ingrata para o professor) se depois, se todos seguirem vida académica e se se tornarem médicos, professores e engenheiros (sim, as profissões que interessam :p ), ninguém fará as outras tarefas... Isto faz-me confusão. Talvez um dia aconteça uma inversão no ensino: já temos licenciados que cheguem, não os podemos mandar todos para fora de Portugal, então, escola fechada, todos a aprender como desentupir o sifão da casa de banho!

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Utensílios de Cozinha e Férias Incertas

Descobri! Descobri a solução para a maior dúvida de culinária que tinha (sim, almost flawless) que era como descascar uma cenoura sem me cortar! E tudo graças os meus caros amigos Paula e Jorge. Apresentaram-me ao maravilhoso... descascador do IKEA!!! Na imagem pode parecer uma lámina de barbear mas NÃO! É muito mais do que isso. Nem tem lámina... apenas um arranjo de metal fino que ao escorregar pela cenoura abaixo, a pele salta. Maravilhoso. Agora já pouco mais 2 min em cada cenoura, que ao fim de 10 cenouras são 20 minutos (pera aí, desde quando é que eu corto 10 cenouras??!!). De notar que o IKEA não me paga. Mas para descascar batatas já não é lá grande coisa...lá tenho eu que ter os pensos rápidos à mão. Depois fui procurar na net coisas sobre utensílios de cozinha e... Meu Deus! Que mundo! Um conselho: não entrem por aí. A probabilidade de se ficar agarrado é elevada.

Vou de férias. Daqui a 2 semanas. Ainda não sei para onde. Ocorreram-me 367 ideias mas restam apenas algumas, na minha singela selecção:

  • Praga e Viena (caro)
  • Roma (caro)
  • Londres e Edimburgo e talvez Dublin (ainda mais caro)
  • Espanha (é grande eu sei...)
  • Brasil (caro)
  • Istambul (humm...)
  • Croácia (não sei se em Outubro é a melhor altura)
  • Açores (pois... tem o defeito de ter muitas ilhas o que torna a escolha difícil)
  • Madeira (o problema é que tem lá o Jardim...)
  • Qualquer ilhas nas Caraíbas (com tantas tempestades e eu vou-me lá meter??)
  • Gerês (no estilo vá para fora cá dentro)
  • Luanda (ups, ainda não é destino turístico e pelos vistos já não volto lá em trabalho este ano)
Agora... tenho 2 semanas para escolher onde estarei 2 semanas. Tique, taque, tique, taque..

Uma foto da vista da minha casa para a ponte 25 de Abril. Uma nota: o enquadramento do cabo da esfregona está excelente! Foi só para experimentar a minha nova maquineta de fotos.


Será que consegui escrever o post mais estranho da net? :) Mas é mesmo para isto que o blog serve! Fogo, já estamos quase no final do ano e ainda ontem foi Natal...

Nos próximos blogs vou contar mais uma aventura em Luanda... ou então vou colocar umas coisas das minhas anteriores viagens, já que naquela altura não tinha blog.


sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Passeio

Poucos dias depois de ter vindo de Angola, na minha semana de férias, onde pude finalmente dormir bem, tive que ir pôr a minha mala de viagem a reparar nos Anjos, perto da Av. Almirante Reis. Isto de ir pôr a mala na reparação tem também uma história engraçada, vinda, novamente de Angola.

Estava eu muito sossegadito perto da "mega" passadeira de recolha de bagagem no aeroporto de Luanda, à espera da minha amada mala, quando (Iuuupi!!) ela finalmente chegou. E até foi, inesperadamente, rápido (o mesmo não aconteceu aos meus colegas). Na tarefa rotineira de verificar se estava tudo nos conformes com a mala, reparei que algo estava errado "Olha, partiram-me o fecho da mala!", "Olha, os fechos estão num sítio diferente daquele onde está o cadeado."Pois, e foi mesmo, alguém forçou o sistema do cadeado da mala, que está incluso na mala, onde se via mesmo as marcas de uma chave de fendas, e os fechos éclair, que ficam no cadeado, estavam noutro sítio. Portanto, abriram-me a mala...mas não me levaram nada. Depois, ui, é preciso ir reclamar a um sítio no aeroporto, depois com toda a calma do mundo, disseram que não podia reclamar ali porque dava muito trabalho, que é preciso preencher muita papelada,, etc, etc para me dirigir à TAP. Lá fui, onde, depois de muita vistoria ("ONDE está a dúvida que isto foi arrombado??") lá me passaram um documento onde refere que estive lá a reclamar e para me repararem a mala em Lisboa quando regressasse. É óbvio que quando cheguei a Lisboa que disseram que o documento não é oficial. E eu tudo bem! Lá me disseram para ir a uma loja de malas que tem acordo com a TAP para que fosse reparada (se fosse mais barata, eles davam-me o dinheiro...), o que até me convém porque gosto muito da mala. Já sofreu muito mas ainda não chegou a hora dela. E foi isto que me levou aos Anjos. Depois, numa de dar uma volta, fui pela Av. Almirante Reis abaixo a pé e apercebi-me que nunca tinha reparado na decadência desta avenida: ruas imundas (rivaliza com Luanda, cheiros horríveis (rivaliza com Luanda), pessoas com muito mau aspecto (rivaliza com Luanda) e o sentimento de segurança que se tem enquanto se caminha é muito baixo (rivaliza com Luanda). Incrível! E isto aumenta quanto mais perto estamos do Martin Moniz... Ah, e aí até fui abordado por uma moçoila (de muitas) da vida airada... até de dia!

Ah, já agora, enquanto estive em Luanda não consegui acompanhar como desejaria os jogos olímpicos (sim, aquele maravilhoso hotel, o mais caro de Luanda, não tem um canal de desporto de jeito...) mas vi a euforia dos media quando puderam dar uma boa notícia aos portugueses. Agora, porque é que os já inúmeros sucessos dos portugueses nos jogos paralímpicos não fazem manchete nos jornais? Nem abrem o Telejornal? Mas eu compreendo... até a chegada do Cristiano Ronaldo à Madeira é mais importante, eu percebo.

Ah (2º já agora), uma das grandes dúvidas dos homens neste link.

sábado, 6 de setembro de 2008

Um Regresso Atribulado

Faz hoje uma semana que regressei a Portugal mas ainda estão na minha memória algumas das peripécias da viagem de regresso. Uma delas é um retrato fiel de como um país africano funciona, pelo menos Angola. Não faz sentido um aeroporto encerrar pelo simples facto de o seu presidente também ter um voo à mesma hora que outros.



Cheguei cedo ao aeroporto, pela simples razão de ser o fim-de-semana anterior às eleições. Apercebi-me que a fila para entregar a bagagem, com o check-in feito pela net, estava mais lento que a fila para o check-in feito no aeroporto. Como era isto possível? Ah, pois é, não tinham sistema e então tinha que ser à mão. Ok, acontece. Ao fim de uma hora (e era só para despachar as malas) lá chego ao balcão. Depois chegam as 9 horas, altura de o avião partir (!) e ainda nem tinhamos sequer embarcado. Depois apercebo-me da carrada de militares presidenciais (fardados e à paisana, alguns com metralhadores maiores que eu) que estavam distribuidos ao longo da pista e perto dos aviões comerciais. Havia também uma passadeira vermelha que se estendia desde um local onde mais tarde estacionou um carro e um jacto privado.

Ou seja, o presidente ia voar, para Malange, segundo constava, e portanto, fazia todo o sentido fechar o aeroporto, nenhum avião descolava ou aterrava. E pronto, lá estivemos 4 horas à espera que as coisas normalizassem para que o avião pudesse descolar. Ah, e o engraçado era a comitiva do presidente, que ficou em filinha, até o avião do presidente descolar, a fazer adeus. E com reportagem vídeo e tudo! Um aparato desgraçado. Mas pronto, parece que é normal.

O dia até me estava a correr bem (onde é que eu já ouvi isto?) até ao momento em que chego ao meu lugar, o fabuloso 20J (à janela). Assim que lá chego, está um senhor com o seu farfalhudo bigode e com a camisa de mangas curtas desabotoada no peito, sentado no meu lugar. Digo-lhe que está sentado no meu lugar e ele começa logo a resmungar: "Pronto, pronto, saio já, sente-se lá no seu lugar", etc etc. Ele levanta-se, eu tiro as coisas que preciso da mochila, não consigo e sento-me no meu lugar com a mochila para deixar passar a fila de pessoas que esperava impacientemente. Depois lá tiro as coisas que preciso e digo ao senhor que tenho que me levantar outra vez, estando já ele sentado ao meu lado. Pronto, tudo estragado, começou logo a mandar vir "Não pense que agora vou estar sempre a levantar-me! Não estou para isso! É preciso respeitar para ser respeitado!", etc etc. Esta vai ser uma viagem e pêras...de 8 horas",pensei eu. Ele depois não resmungou mais quando lhe dizia que tinha que me levantar.. parece que ter dormido ajudou. Mas, como se esta cena não bastasse, ainda tive que gramar o cheiro do senhor, e do seu hálito, enquanto dormia de boca aberta. Mas isto até é suportável até ao momento em que, no final da minha divinal refeição de avião, comecei a sentir um odor muito estranho... eram mesmo peidos, com um trago a enxofre... nem o cobertor que coloquei até ao nível do meu nariz me safou. Ainda se tivesse sido uma vez, mas NÃO!! Foram 3 agoniantes vezes ao longo da viagem. O senhor até pode ter problemas de flatulência, tal como o Pinto da Costa, mas essas pessoas podiam ter umas cadeiras no avião isoladas dos outros passageiros.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Luanda

É a minha segunda vez em Luanda. Tem sido uma experiência engraçada. Lembro-me de ter tido no ano passado que não queria vir a Angola… e o destino ditou que viesse cá parar, por períodos superiores às minhas anteriores saídas de Portugal. Neste caso, qualquer imagem vale por mil palavras. Acima de tudo, penso que é uma experiência enriquecedora a nível pessoal.

Lembro-me da primeira imagem que vi quando a porta do avião abriu depois de ter aterrado em Luanda. A terra alaranjada, ao fundo uma imensidão de casas pré-fabricadas, os museques, e senti pela primeira vez aquele cheiro, abafado, quente, de Luanda. “Pronto, já cheguei, é mesmo verdade”.

O centro de Luanda é caótico, um rodopio de carros e pessoas, um caos no trânsito. Um aglomerado de jovens, alguns numa tenra idade, tentam, de carro em carro, a sua sorte na venda de qualquer objecto (um dia quiseram-nos vender um mapa da cidade de Luanda, daqueles que mais não são do que um conjunto enorme de publicidade, por 800 Kwanzas, cerca de 8€... papel que é distribuído de borla algures), mesmo os mais impensáveis: conjuntos de ferramentas, berbequins, cabides, mata-moscas eléctricos, vestidos, leitores de DVD, ferros de engomar, tapetes de sala, etc. Nesta confusão de trânsito chego a demorar cerca de 30 minutos para fazer 1 km, do hotel ao escritório. Como eu gostaria de poder ir a pé... Ah, e o engraçado é que na rua onde passo todos os dias para ir trabalhar, ao lado e por baixo de prédios todos sujos e partidos, encontra-se uma muito pouco singela loja da Hugo Boss. Nada mau.

Por outro lado, agora vê-se grandes construções, grandes edifícios, na maioria construídos por empresas portuguesas, o que mostra bem o investimento que se faz nesta cidade. Esta cidade está completamente em obras. Tenho pena é que o povo não sinta nas suas vidas essa evolução... As eleições legislativas são já no próximo dia 5 de Setembro e, tal como em Portugal, várias são as estradas que estão a ser alcatroadas. Mas deve ser apenas coincidência. Na imagem em baixo está um imbondeiro, a árvore mítica angolana.

Assim que as pessoas nas ruas vêem que estamos a tirar fotografias, vêm logo ter connosco a barafustar, desconfiados, especialmente os polícias, que não perdem oportunidade para sacar mais uma gasosa. Aqui também a corrupção na polícia é enorme.Por alguma razão a maioria das fotos que se podem encontrar na net em blogs sobre Luanda, são tiradas dentro dos carros :)

É uma cidade cheia de contrastes, onde se encontram carros topo de gama nas ruas, a maioria, cheias de buracos. Nem sei como ainda se vêm alguns sem qualquer mossa. E depois há os candongueiros, pessoal que tem uma carrinha pintada de azul e branco que têm lotação para 9 (ou será 19?!!) e cobram cerca de 50 kwanzas para uma viagem… é claro que não há paragens, há sim uma rotina diária, um local onde já se sabe que irá estar um candongueiro que se dirige para certo sítio.

Luanda à noite tem um certo encanto, uma certa magia, confesso, que se desvanece quando me lembro de Lisboa. Mesmo de dia, quando se tem a vista para a baía, Luanda parece outra. Ao sentar-me numa das cadeiras do "Cais de 4", um restaurante muito cool, mesmo por cima da água que banha a baía, aí sim, é como se estivesse uma grande capital mundial de turismo. Tudo tem um preço e este “luxo” custa-nos umas belas dezenas de dólares. Outro local que me encanta é o "Chillout " (dá para matar a curiosidade em – http://www.chillout-luanda.com, um site com muito nível, construído por uns colegas da minha equipa… e não me pagaram para dizer isto, apesar de estarmos em Angola), com uma noite incrível. Lá dança-se pela noite dentro até com chuva (e sabe mesmo bem!).

Insegurança… bem, eu ligo todos os dias de manhã a TV na RTP África (senão deixo-me dormir), para ver as notícias de Portugal e a primeira coisa que oiço é que ontem houve mais assaltos, mais casos de carjacking, mais tiroteios na Quinta da Fonte, etc. etc.… em Portugal!

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

O Estado da Arte

Bem vindo caro cibernauta.

Esta palavra é engraçada, cibernauta... acho que nunca a tinha utilizado. Em primeiro lugar, a resposta à pergunta que se impõe "Porquê um blog?" Bem.. não sei ao certo. Por um lado tenho amigos espalhados por Portugal e pelo Mundo e acho que, neste momento, um blog é a melhor forma de partilhar um pouco da minha vida com todos eles (vocês). Por outro lado porque com a profissão que tenho, estar fora de casa é um must e por isso é uma tentativa de me aproximar mais das pessoas de quem gosto e com quem raramente tenho oportunidade de falar.

O nome. Encaro este blog como sendo o destino de todos os pensamentos quer coerentes quer incoerentes que possa ter, podendo assim esvaziar e clarificar o que vai na minha mente. Além disto, será o destino de relatos das viagens que faço e também das opiniões estranhas e também incoerentes daqueles que ousarem comentar os posts. No fundo, espero que este blog não fique no estado que o nome indica, mas sim repleto de ideias, devaneios e curiosidades.

Sendo este o primeiro post, não vou entrar em grandes detalhes. Vou antes prometer um post sobre Luanda.

Ainda vou fazer uns ajustes no blog por isso não se admirem se um dia aparecer diferente (ou se não existir :p).