sábado, 4 de fevereiro de 2012

E esse grande centro cultural em Lisboa

E tudo isto por causa de duas exposições que vi antes de regressar a Angola.

Lembro-me da altura em que o Centro Cultural de Belém estava a ser construído. Diziam que era muito arrojado, falando de arquitectura, que não se enquadrava na área envolvente, etc. etc. Como em todas as obras arrojadas (ou quase todas, lembro-me assim de repente - porque será - da Casa da Música que ainda não está bem aceite pelos portistas), demoram sempre um tempo até serem consideradas marcos da cidade.

Penso que o CCB está lá, está muito bem, e acima de tudo tem vindo a fazer um "serviço público" notável, através da arte, pela arte e por Portugal (ok... talvez mais pelos Lisboetas...). Não vou, porque não sei, comentar o trabalho da direcção desse grande centro cultural mas vendo de fora, parece-me que resultou.


E quando lá fui, um fim de semana antes de viajar para Angola, é que me dei conta do que tenho perdido (é sempre assim não é?!...). Neste caso, no Museu Colecção Berardo. Mas felizmente consegui ir ver estas duas exposições que estavam na minha to do list há algum tempo: "A Arte da Guerra - Propaganda da II Guerra Mundial" e "Vik", uma retrospectiva do trabalho do artista plástico Vik Muniz.


 Na guerra, jogo psicológico é o que também não falta.


"Avant Camarades!!!" - cartaz com mais de 60 anos mas com uma leitura contemporânea interessante :)


Depois de ver os trabalhos de Vik (e os vídeos deliciosos de como foi o making of  de algumas obras), nos quais ele usa materiais não muito convencionais e métodos de impressão estranhas para mim, fiquei rendido ao seu talento. Acho que é fácil depois de se sentir com tanta força a sua imaginação e criatividade.

Com sucata... retratando as pessoas que vivem no meio da sucata, no Brasil...


... e as cópias de quadros famosos como "A Noite Estralada" de Van Gogh mas com materiais que não lembram a ninguém.


 Adoro as caras e expressões que as pessoas fazem nos museus :p


E um mapa mundo verdadeiramente original, com material informático deitado fora (torres de computadores, teclado, etc.).  Sim senhor, grande artista. E assim já gosto mais de arte contemporânea (que diga-se de passagem, tem que se lhe diga para se conseguir apreciar pelo comum mortal, em muitos casos).


E a experiência de se admirar uma obra de arte juntamente com outras pessoas é metade da experiência de um museu. Um museu vazio é um museu sem alma.

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